O que é a fístula anal?
A fístula anal é um trajeto anormal (como se fosse um túnel) que se forma entre o canal anal e a pele da região perianal. Em vez de cicatrizar naturalmente, ela cria uma passagem constante por onde escapa secreção – o que costuma causar incômodo, manchas na roupa íntima e até dor no dia a dia.
Ela geralmente surge após um quadro de abscesso anal. Esse abscesso, após ser drenado, gera a comunicação com a pele ao redor do ânus, e em cerca de um terço dos casos essa comunicação não fecha, causando assim a fístula anal.
E, infelizmente, não há um tratamento clínico que resolva esse quadro, pois é como se fosse uma “cicatriz” em formato de túnel. Na grande maioria dos casos, o tratamento é cirurgia.
Por que a cirurgia é necessária?
Fístula anal não é como uma ferida simples que desaparece com o tempo. Ela não responde a tratamentos conservadores. Antibióticos e drenagens simples proporcionam apenas alívio temporário, sem eliminar a causa.
A persistência da fístula não tratada pode resultar em complicações como abscessos recorrentes, aumento do número de trajetos da fístula, tornando-a mais complexa e afetando músculos importantes da região. Além disso, a secreção constante causa desconforto local, irritação e interfere significativamente na rotina e na qualidade de vida.
Técnicas cirúrgicas disponíveis
Existem várias técnicas cirúrgicas para tratamento da fístula anal, cuja escolha depende da complexidade e localização do trajeto, além de fatores do paciente:
- Fistulotomia, indicada para casos mais simples e superficiais, que consiste no corte com a abertura completa do trajeto, permitindo a cicatrização progressiva da ferida de dentro para fora.
- Uso de sedenho (ou seton), para casos mais complexos, envolve a inserção de um fio através do trajeto, promovendo drenagem adequada, ou um corte mais lento do trajeto.
- Cirurgias que preservam os músculos, para fístulas mais complexas. Nesses casos, técnicas como LIFT ou retalho de avanço buscam fechar a fístula por dentro, sem corte na musculatura. Essas opções já são menos invasivas.
- Técnicas modernas utilizando biomateriais, como plugues ou colas biológicas, ou métodos com laser (FiLaC) ou cirurgia endoscópica (VAAFT).
Preparação para a cirurgia
Antes de marcar a cirurgia, o médico pode pedir exames como a ressonância magnética. Ela ajuda a visualizar o trajeto da fístula por dentro.
Na véspera da cirurgia, pode ser necessário alguma preparação intestinal, desde uso de enema ou preparo completo com laxantes, variando conforme o caso.
Também será necessário permanecer em jejum por 8 horas antes da cirurgia, para alimentos sólidos. Líquidos deverão ser evitados também, mas por menos tempo. Na consulta como médico anestesista, essas informações serão lhe passadas conforme o seu caso.
É fundamental avisar ao cirurgião sobre o uso de medicamentos, comorbidades e alergias.
O dia da cirurgia: o que esperar?
A maioria das cirurgias para fístula anal dura entre 30 a 90 minutos. Pode ser feita com sedação leve, raquianestesia ou anestesia geral — depende do caso.
Após a cirurgia, o paciente permanece em observação até recuperação adequada. É imprescindível a presença de um acompanhante no momento da internação e para auxiliar no retorno para casa.
Cuidados no pós-operatório imediato
Banhos de assento com água morna são indicados nos primeiros dias. Eles aliviam a dor e ajudam a manter a região limpa.
Evite que o intestino fique preso. Coma frutas, fibras, beba bastante água. Além disso, normalmente são receitados laxantes para os primeiros dias.
Use os remédios para dor assim como o médico lhe explicar, serão úteis para ter um conforto maior.
Os curativos devem ser trocados quando perceber que estão sujos ou úmidos. Nos primeiros dias isso tende a acontecer com mais frequência, então podem ser necessárias várias higienizações e trocas de curativo. Essa quantidade de sangue e secreção tende a diminuir com o passar dos dias, mas podendo durar algumas semanas.
Como é a recuperação?
A recuperação depende do tipo de cirurgia. Em geral os sintomas de desconforto e saída de secreção começam a melhorar bem após 2 semanas, podendo levar até 6 semanas para a cicatrização completa.
Podemos ter uma boa ideia se há cicatrização completa da fístula com 2 meses do pós-operatório, mas a recidiva pode acontecer em até 6 meses da cirurgia.
A volta ao trabalho vai depender do tipo de atividade realizada. Para trabalhos de home-office, espera-se pelo menos 2 dias do procedimento, podendo aguardar mais se tiver dor ou desconforto intensos. Via de regra vale se programar para ter 2 semanas de folga para quem trabalha presencialmente. Cirurgias complexas podem necessitar de mais tempo, por vezes 30 dias de afastamento das atividades.
Após a cirurgia, o que deve me preocupar?
Alguns sinais merecem atenção:
- Sangramento em grande quantidade e que não para espontaneamente.
- Febre, calafrios ou mal-estar.
- Dor que não melhora com o passar dos dias, mesmo com as medicações.
- Inchaço, vermelhidão e dor intensa no local da cirurgia.
Nesses casos, entre em contato com o seu médico. Complicações não são comuns, mas podem precisar ser tratadas logo.
Resultados esperados
A cirurgia para fístula anal apresenta elevada taxa de sucesso, com resolução definitiva na maioria dos casos. O índice de cura varia conforme a complexidade e a técnica empregada.
Via de regra, quanto mais simples a fístula, maior a chance de cicatrização com um único procedimento. O ideal é que a cirurgia de fístula anais complexas seja bem planejada para que se tente obter a cura no primeiro procedimento.
A qualidade de vida melhora significativamente após a resolução, com eliminação do desconforto, secreção persistente e episódios recorrentes de infecção.
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Se você já recebeu o diagnóstico de fístula anal, não adie o tratamento. A intervenção no início do quadro previne complicações e proporciona retorno mais rápido às suas atividades normais, com procedimentos mais simples.
O Dr. Arthur Garcia, coloproctologista, está disponível para esclarecer todas as suas dúvidas e oferecer o tratamento mais adequado para seu caso específico.
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Dr. Arthur Garcia – Proctologista em Florianópolis – CRM-SC 22805 / RQE 16403 / 20183