Cirurgia para Fissura Anal: como se preparar e cuidados pós-operatórios

Fissura Anal

O que é a fissura anal e quando a cirurgia é necessária?

A fissura anal é uma ferida que forma na região do ânus, como um pequeno corte. É normalmente causada pela passagem de fezes duras e pela realização de esforço ao evacuar. Essa ferida dói, e a dor costuma causar que o ânus fique se contraindo mais. 

Como essa região tem muita sensibilidade, a dor pode ser muito intensa, e por vezes acompanhada de sangramento, vermelho-vivo, nas fezes ou no papel higiênico.

O tratamento inicial envolve realizar a higiene com ducha (evitando papel higiênico), manter as fezes macias (com ingestão de fibras e líquidos) e o uso de banhos de assento com água morna e pomadas específicas para fissura, quais normalmente tem de ser manipuladas.

Porém, o local onde a fissura se forma é um local onde costuma chegar pouco sangue. E com essa contração aumentada, a cicatrização fica ainda mais difícil. Isso pode causar com que a fissura se perpetue ao longo do tempo. Fissuras que permanecem por mais de 6 semanas são chamadas de fissuras anais crônicas.

Quando a cirurgia é necessária?

Essas fissuras crônicas são fissuras com componentes de cicatriz dentro delas, e nessa fase a eficácia do tratamento clínico diminui bastante. Nestes casos, o melhor caminho costuma ser a cirurgia.

Mesmo fissuras de início mais recente, quando não melhoram com o tratamento clínico, também podem precisar de cirurgia para sua melhora, dependendo do caso (quando tem sintomas muito intensos, por exemplo). 

Ou ainda, quando há um excesso de pele reacional à fissura, o chamado “plicoma sentinela”, pode ser necessária cirurgia para sua remoção.

Adiar esse procedimento por muito tempo pode causar muito sofrimento desnecessário, preocupação e atrapalhar a qualidade de vida.

Tipos de cirurgias para fissura anal

Esfincterotomia lateral interna: onde é feito um pequeno corte em parte do músculo interno do ânus, reduzindo a contração local e permitindo a cicatrização natural. Nessa técnica também é realizada uma limpeza do tecido na fissura, para surgir um novo tecido que permita a cicatrização.

Fissurectomia: Nesse procedimento o médico remove toda a área da fissura, promovendo a cicatrização em tecido saudável. É uma opção melhor em quadros em que não se pode fazer o corte na musculatura.

Avanço de retalho: para casos mais complexos, onde se usa o tecido de pele vizinha à fissura para cobrir a ferida, podendo melhorar a cicatrização.

Preparação para o procedimento cirúrgico

Normalmente são realizados exames simples, como exames de sangue. Dependendo da idade do paciente, ou de outras comorbidades, podem ser solicitados eletrocardiograma, passar em avaliação com um cardiologista, entre outros. Se você tiver alguma condição como hipertensão, diabetes ou usa anticoagulante, isso deve ser avisado antes.

Em casos de fissura sem dor, pode ser realizado preparo intestinal com fosfoenema, para eliminar as fezes do reto. Esse procedimento pode ajudar a evitar a formação de fezes duras no pós-operatório, mas não é obrigatório. Em fissuras com dor e sangramento, deve ser evitado.

Sobre alimentação: o jejum costuma ser de 8 horas para alimentos e 4 horas para líquidos claros.

A presença de um acompanhante é sempre exigida, tanto para a internação, quanto para a alta hospitalar – em procedimentos com anestesia, essa ajuda é necessária.

O dia da cirurgia: o que esperar

A cirurgia geralmente dura menos de uma hora. É feita com sedação, onde o paciente dorme e não vê nada, associado a raquianestesia (parecida com a da cesárea) para não sentir dor no local. Depois, o paciente fica algumas horas em observação e, na maioria das vezes, volta pra casa no mesmo dia.

Cuidados no pós-operatório imediato

Nos primeiros dias é recomendado o repouso leve. Evite ficar em pé ou sentado por muito tempo. Ao mesmo tempo em que não deve-se permanecer apenas deitado. 

O controle da dor será realizado com medicamentos analgésicos, anti-inflamatórios, mantendo as fezes macias e podendo ter analgésicos mais fortes conforme a necessidade.

Os banhos de assento com água morna ajudam muito e devem ser realizados após cada evacuação e por três vezes ao dia, auxiliando na higienização local e relaxamento da musculatura anal.

A alimentação deve ser com alimentos ricos em fibras e beber bastante água para manter o intestino funcionando bem. Quanto menos esforço para evacuar, menos dor você vai sentir.

Recuperação e retorno às atividades

Para trabalhos leves, geralmente o retorno é entre 3 a 7 dias, se tudo correr bem.

Trabalhos com esforço ou muito tempo sentado: pode ser necessário 2 semanas ou mais. O desconforto normalmente que vai dizer se já vale a pena voltar ou aguardar mais.

As relações sexuais podem ser retomadas após liberação médica, usualmente após duas semanas do procedimento, desde que não causem desconforto.

A cicatrização completa costuma levar de 4 a 6 semanas, mas os sintomas costumam melhorar já nas primeiras semanas.

Possíveis intercorrências: quando se preocupar?

Durante a recuperação, algumas intercorrências podem surgir. Mas nem tudo é motivo de alarde, mas fique atento a sinais como:

  • Sangramento em grande quantidade
  • Dor forte e contínua, mesmo com os remédios
  • Febre
  • Dificuldade para urinar nas primeiras horas do pós-operatório
  • E qualquer sintoma diferente

Nesses casos, avise o seu médico o quanto antes.

Resultados e expectativas a longo prazo

A cirurgia para fissura anal apresenta excelentes resultados, com índices de cura superiores a 90%.

A maioria dos pacientes experimenta alívio significativo da dor logo nos primeiros dias após o procedimento.

Atividades simples como caminhar, sentar, dirigir e até ir ao banheiro, que antes causavam sofrimento, voltam a ser naturais.

Mas para manter os resultados a longo prazo, cuide do intestino. Coma fibras, beba água, faça atividades físicas regulares e não adie a vontade de evacuar.

Não espere mais para recuperar sua qualidade de vida

Se você já recebeu o diagnóstico de fissura anal e está considerando o tratamento cirúrgico, não adie essa decisão. Conviver com fissura anal é mais do que incômodo, é exaustivo. A cirurgia pode ser o passo que faltava para você retomar sua rotina sem dor.

O Dr. Arthur Garcia, especialista em coloproctologia, está à disposição para esclarecer todas as suas dúvidas e oferecer o tratamento mais adequado para seu caso. Agende sua consulta hoje mesmo e dê o primeiro passo rumo à sua recuperação completa.